Fazer pagamentos e compras físicas sem usar cartão nem dinheiro não era uma realidade até pouco tempo atrás. Hoje, qualquer pessoa que tem só o celular à mão pode facilmente fazer uma compra (quem diria?) graças à tecnologia das carteiras virtuais ou carteiras digitais, das quais você certamente já ouviu falar.
Não à toa, elas rapidamente se popularizaram: em 2022, 67% dos brasileiros afirmaram ter usado a ferramenta nos últimos seis meses, segundo uma pesquisa da Experian. O número nos mostra o fenômeno que essa tecnologia se tornou entre os usuários e a oportunidade que ela dá às empresas de oferecer a sua própria tecnologia. A novidade? Isso é possível para empresas dos mais diversos ramos e indústrias.
Se você ainda não tiver certeza do que é uma carteira digital e quais são as vantagens de se lançar uma, continue lendo – nós contamos tudo!
O que é uma carteira virtual?
A carteira virtual, ou digital wallet, é uma ferramenta financeira, geralmente disponível em um aplicativo, que dá aos consumidores a possibilidade de fazer as mais diversas transações financeiras a partir de um dispositivo móvel e sem a necessidade de abrir uma conta bancária ou ter um cartão.
Outro diferencial das carteiras digitais é que elas são muito fáceis de abrir: qualquer pessoa, em questão de minutos, pode criar a sua – basta fazer o KYC, processo de verificação de identidade, concordar com os termos e condições de quem a oferece e pronto! Você não precisa ir a nenhuma agência ou esperar dias para acessar este serviço financeiro, tal como deveria ser.
O que uma carteira digital oferece?
Com a carteira, o usuário pode guardar dinheiro, pagar contas, transferir dinheiro para outras pessoas e receber transferências e recarregar seu celular — além de, é claro, fazer pagamentos virtuais e físicos. Tal como uma conta corrente, mas sem as burocracias, complexidade e eventuais tarifas que uma tem.
Nas lojas físicas, os pagamentos com uma carteira digital são feitos a partir do celular com leitura de QR code ou tecnologia NFC, se houver cartões de débito ou crédito conectados ao aplicativo. E também, claro, usando os cartões físicos.
Para usuários que possuem cartão de débito conectado à carteira, também é possível sacar dinheiro. Em alguns países, também é possível sacar dinheiro sem cartão – no Brasil, por exemplo, é possível fazê-lo em caixas eletrônicos usando o Pix.
É importante dizer que as funcionalidades de uma carteira virtual mudam de acordo com as opções disponíveis. Existem, por exemplo, aquelas que permitem que os usuários gerenciem seu saldo de crypto e o convertam em moedas fiduciárias, assim como há aquelas focadas apenas em oferecer um meio de pagamento mais prático. Existem muitas necessidades dos usuários e, portanto, muita coisa que pode ser oferecida.
A pandemia e as carteiras virtuais
O boom das carteiras digitais ocorreu, como muitos outros hábitos, durante a pandemia do Covid-19. Claro que, antes disso, a solução já estava disponível para usuários em vários países do mundo – o Google lançou o primeiro em 2011. Mas foi a partir de 2020 que a adoção de carteiras cresceu exponencialmente.
Não é difícil imaginar o porquê: a necessidade de meios digitais de pagamento que evitassem o contato físico em compras presenciais e permitissem que pagamentos e transferências fossem feitos remotamente como medida de proteção das pessoas se tornou maior do que nunca, se é que já havia existido antes. Além de garantir todos os pontos acima, as carteiras digitais também aceleraram o processo de compras no e-commerce, que já estava crescendo sem parar – afinal, pagar por comprar virtuais ficou muuuito mais fácil.
E, claro, quando tem demanda, tem oferta! Um estudo aponta que um em cada três vendedores na América Latina passou a aceitar meios digitais de pagamento durante a pandemia. No Brasil, os números confirmam ainda mais esse sucesso: cerca de 70% das pessoas usaram carteiras digitais nos primeiros meses de 2022, e 87% já as consideram seguras (o maior índice de confiança nelas em todo o mundo, segundo a Experian!).
E esta marca continuou sendo superada América Latina afora – hoje, o número de usuários de carteiras virtuais não para de crescer em países como Argentina e Colômbia, entre tantos outros.
Quais são os benefícios que as empresas que oferecem carteiras virtuais recebem?
Em geral, é possível que a empresa, independentemente da indústria onde atua ou de seu core business, tenha que oferecer aos seus clientes uma nova solução que responda às suas necessidades. Muitas vezes, uma carteira digital é um produto complementar àquilo que já é oferecido, o que permite fidelizar o cliente para que ele não procure outro provedor.
Além disso, uma empresa que decide incorporar uma carteira digital cobre duas frentes igualmente importantes para a empresa. Por um lado, oferece uma opção de compra prática, ágil e segura para os consumidores, que é exatamente o que eles estão procurando hoje; por outro lado, é uma opção que permite que as áreas de vendas, TI e marketing tenham uma melhor compreensão de seus clientes, seus perfis e o que estão procurando.
Finalmente, como em qualquer outro serviço financeiro, esta continua sendo uma nova fonte de renda que, somada a outras soluções ou produtos oferecidos, é ainda mais potente. Win win!
Dentre os diferenciais mais importantes que uma carteira digital pode oferecer tanto para a empresa quanto para o cliente, vale destacar alguns:
- Ela ajuda a prevenir e reduzir os índices de fraude por roubo de identidade, o que é um grande eixo para se levar em conta quando falamos de segurança cibernética de empresas que trabalham com bancos de dados e informações do consumidor.
- Diminui o tempo entre as transações, eliminando o banco como intermediário de serviços financeiros (incluindo empréstimos e opções de financiamento).
- É possível vincular a carteira digital a um cartão físico ou digital com tecnologia NFC, para que os consumidores possam fazer compras em outras empresas quase instantaneamente.
- Gera informações que podem ser analisadas através de uma metodologia como business intelligence para tomar decisões da área comercial.
Embora a carteira digital possa parecer algo que só os bancos podem oferecer, não é o caso. Com soluções de embedded finance, a tecnologia certa (seja própria ou de algum fornecedor) e a regulação necessária, é possível oferecer a sua própria. Tanto que, só no Brasil, já havia em 2020 mais de 600 carteiras virtuais em circulação. Ainda assim, não falta espaço para soluções novas e com diferenciais.