O dia 15 de setembro marcou um momento transcendental para a blockchain do Ethereum (ETH) com uma das mudanças mais importantes dos últimos tempos no mundo das criptomoedas: o evento que a indústria chamou de “The Merge” (A Fusão). Basicamente, uma fusão tecnológica que é uma mudança de paradigma para a mineração no ecossistema blockchain: mais organizada, rápida, econômica e sustentável.

Para entender o que “The Merge” significa para o contexto do Ethereum e do crypto, vamos te contar de forma simples o que aconteceu e quais são as consequências que isso vai trazer para o dia a dia das pessoas – tanto as que usam quanto as que ainda não usam criptomoedas.

O contexto de ‘The Merge’

Segundo um levantamento do Statista, só entre janeiro e dezembro de 2021 o número de usuários de criptomoedas em todo o mundo mais que dobrou: saltou de 106 milhões para 221 milhões. Hoje, Ethereum é a segunda maior plataforma blockchain do mundo, atrás apenas do Bitcoin (BTC).

Para quem está começando neste mundo: existe, como parte da essência do blockchain, um mecanismo de verificação para cada transação. Nele, são verificados e validados a fidelidade, os dados e as alterações ocorridas na blockchain nesta determinada transação. 

Para ser completado, este processo de verificação (chamado de Proof of Work, PoW ou prova de trabalho) usa um processo de força bruta para processar tudo isso. São cálculos matemáticos muito complexos entre redes peer-to-peer (par-a-par), sem intermediários, em um processo descentralizado e colaborativo. Por lá, quem resolve os problemas matemáticos ajuda a criar novos blocos na rede da criptomoeda, recebendo como recompensa um pedacinho pequeno desta moeda (vale para BTC, ETH, e assim vai).

Mas como se fazem estes cálculos? Não é como resolver uma equação por conta própria! Para cuidar disso de forma automatizada, são usados dispositivos em computadores que têm enorme consumo energético. Isso resulta em um problema de escalabilidade – e, sobretudo, de sustentabilidade da plataforma em relação ao meio ambiente. Esse mesmo mecanismo é usado pelo Bitcoin e praticamente todas as criptomoedas.

E o que é ‘The Merge’, afinal?

“The Merge”, que foi sendo implementado em etapas que culminaram em setembro de 2022, chega justamente como uma solução para estes problemas de altos gastos e ineficiência energética.

Há alguns anos vem sendo testado um processo de verificação diferente, chamado Proof of stake (prova de participação, ou PoS). Ele faz a verificação das alterações na blockchain de outra forma: seleciona aleatoriamente quem serão os “beneficiados” que vão ter que resolver o problema matemático – privilegiando aqueles que mais movimentam a moeda-base da rede Ethereum (ETH), e quem mais resolveu aqueles cálculos anteriormente. Uma vez escolhidos, eles poderão validar as transações e criar novos blocos dentro da rede, tendo lucros pelo trabalho feito.

“The Merge” tem este nome porque, ao passar do protocolo PoW ao protocolo PoS, funde (“merge”) camadas da rede Ethereum que antes eram separadas e se comunicavam com mais lentidão. Desta forma, simplifica os processos de mineração e reduz a necessidade de usar “supercomputadores” para minerar a criptomoeda com força bruta.

O que esta mudança radical pode trazer?

Isto quer dizer que todas as transações e registros existentes sobre ETH deixam para trás aquela forma antiga – reduzindo drasticamente o tempo, os custos e o consumo de energia neste processo. Agora, teremos um modelo que:

  • Utiliza cerca de 99,95% menos de energia – antes, uma transação realizada na rede consumia cerca de 259,7 KWH. O gasto é semelhante ao de uma família média dos EUA durante uma semana, segundo o site Digiconomist; 
  • É 10 vezes mais rápido;
  • E gera um novo modelo de incentivo para a verificação dos blocos que compõem a blockchain – o que cria uma infraestrutura mais sólida para desenvolver tecnologias como as de NFTs e outros criptoativos.

Claro que tudo isso traz muitas melhorias para o sistema Ethereum. A mudança torna o ETH uma rede que escalará melhor. Além disso, a sustentabilidade foi radicalmente melhorada, o que mostra que existe um suporte evolutivo – o que consequentemente aumenta a confiança nela!

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  • Diego Burgos

    Diego S. Burgos é diretor de tecnologia (CTO) da Pomelo, fintech que desenvolveu uma nova infra-estrutura de serviços financeiros na América Latina, permitindo a qualquer empresa fintech, criptográfica ou em sectores em transformação digital (banca, retalho, agro, educação, etc.) oferecer produtos bancários e emissão de cartões aos seus clientes. Ele possui um MBA da Escuela Europea de Negocios de Barcelona. Ele fundou e liderou a área de engenharia na Wunderman com a qual criou a ""Comunidad Movistar"". Ele trabalhou na Mercadolibre liderando equipes tanto no mercado quanto na logística, alimentando os 3 principais armazéns da LATAM. Finalmente, ele liderou a equipe de engenharia e arquitetura de Naranja X.

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