A década de 2020 tem mostrado como a popularização das soluções de embedded finance e banking as a service acelera a criação de novos produtos financeiros e a incorporação de soluções fintech nas mais variadas empresas. Além de facilitar a criação desses produtos e serviços em si, também se torna mais rápido o tempo até o seu lançamento no mercado, o chamado time-to-market Graças às novas tecnologias, ele tem sido cada vez mais rápido e otimizado, permitindo às empresas atingir seus objetivos muito antes do que em comparação a alguns anos atrás.
Vamos te mostrar como é possível tornar este time-to-market ágil para ter seus produtos e serviços financeiros disponíveis no mercado em questão de meses.
O que é time-to-market
A expressão time-to-market se refere ao tempo que é necessário para lançar no mercado um produto ou serviço – passando pela concepção de sua ideia, seu desenvolvimento e até ele estar efetivamente disponível. O conceito em si é recente, mas, de certa forma, pensar em time-to-market sempre foi uma realidade para os negócios – independente de quais são os produtos em questão e do segmento.
Graças à agilidade que vários setores passaram a ter com soluções tecnológicas como as APIs, a inteligência artificial e outros avanços em automação, os mercados estão cada vez mais dinâmicos e com pressão por entregas mais rápidas. E, pensando em vantagens competitivas, quem chega primeiro em um mercado tem chances elevadas de se posicionar melhor que a concorrência.
Neste post, vamos focar em como otimizar o time-to-market de produtos financeiros digitais.
O time-to-market dos produtos financeiros está cada vez mais rápido
Lançar um produto financeiro como um cartão ou um serviço de contas costumava ser algo que demorava bastante: muitas vezes era preciso começar uma operação do zero, tendo que criar inclusive um banco próprio, e com um time interno para desenvolver soluções do zero.
Hoje, pelas várias novidades e tecnologias que já mencionamos acima, esse prazo fica cada vez mais curto. Por exemplo: os serviços que oferecem infraestrutura tecnológica por trás de um core bancário permitem que empresas de outros setores desenvolvam seus próprios serviços financeiros de forma segura e muito rápida, usando esta estrutura da empresa parceiro de forma terceirizada e com integração veloz via APIs.
É o que contou à Exame nosso diretor de Business Development no Brasil, Daniel Rojtenberg: “Antigamente, para criar operações e serviços financeiros, literalmente precisava criar um banco, e isso demorava no mínimo um, dois anos, tendo toda a parte de geração de cartão, conta digital, interoperabilidade de bandeiras. Hoje em dia, qualquer empresa, com uma tecnologia de base, consegue ter uma operação bancária em poucas semanas.”
Mas nem tudo se resume apenas a avanços tecnológicos separados: as fintechs trouxeram ao mercado modelos de negócios descomplicados e mais econômicos em relação aos bancos e instituições financeiras tradicionais. Dentre eles, a popularização de soluções que terceirizam as licenças regulatórias necessárias para lançar contas e serviços de pagamentos – como é o caso do BIN sponsorship, que terceiriza e acelera licenças com as bandeiras dos cartões.
E, para ter um bom time-to-market, é necessário trabalhar com um bom planejamento para chegar ao mercado com rapidez e com qualidade: por exemplo, entender o público-alvo, desenvolver um plano de negócios sólido, ser flexível e estar pronto para escalar de acordo com o aumento da demanda pelo produto ou serviço. É o que a gente te mostra a seguir.
Por que é valioso acelerar seu time-to-market
Em resumo: ter vantagem competitiva é o objetivo mais importante por trás da busca por rapidez e agilidade. Poucas empresas têm recursos para lançar um produto ou serviço financeiro super completo, inovador e ambicioso de forma rápida. No entanto, uma empresa que consegue chegar rapidamente ao mercado tendo pelo menos uma boa estrutura para escalar seu negócio já está dando um passo à frente dos demais – porque já supre uma lacuna que potenciais clientes estão buscando.
Um estudo da consultoria Gartner com empresas tech mostra que a receita obtida com produtos novos representa em média 30% do total de vendas corporativas durante um período de três anos. Só este número já chama a atenção, né? Mas outras vantagens de apostar no timing certo ao lançar um produto financeiro incluem, por exemplo:
- Eficácia gerencial e maior facilidade para alcançar as metas e KPIs estipulados pela empresa relacionados a receitas;
- Melhores tempo de retorno (payback) e retorno sobre o investimento (ROI) planejados para este produto;
- Menos riscos de atrasar e acabar desperdiçando investimentos neste determinado projeto;
- Oportunidades de se posicionar com qualidade no mercado para desenvolver novos projetos mais à frente.
E como melhorá-lo?
Existem muitas estratégias possíveis para fazer com que os mais variados produtos e serviços cheguem ao mercado. Mas, independente da metodologia escolhida, o mais importante é ter visão estratégica incutida por trás da empresa e do projeto a ser desenvolvido.
O Bruno Ferreira, lead do nosso time de Business Development no Brasil, destacou dez pontos fundamentais para que qualquer empresa participante do setor financeiro saiba trabalhar o time to market enquanto prioridade:
- Definir claramente o público-alvo e entender suas necessidades e desejos;
- Realizar pesquisas de mercado para avaliar a concorrência e a demanda pelo produto ou serviço;
- Desenvolver um plano de negócios sólido com metas claras e um cronograma de lançamento;
- Garantir que haja financiamento suficiente para a fase de desenvolvimento e lançamento do produto;
- Trabalhar em um modelo de negócios escalável, que possa crescer rapidamente em resposta à demanda do mercado;
- Automatizar processos sempre que possível, para maximizar a eficiência e minimizar o tempo de espera;
- Alocar recursos e esforços adequadamente, priorizando atividades que tenham impacto direto no lançamento do produto;
- Manter uma comunicação clara e frequente com a equipe, mantendo todos alinhados com os objetivos do projeto;
- Ser ágil e flexível para se adaptar às mudanças no mercado e às necessidades dos clientes;
- Focar em lançar o produto o mais rápido possível, mas sem comprometer a qualidade.
Diferentes etapas do processo podem ajudar a cumprir estes pontos. Por exemplo, apostando em criar versões mais simples, de teste, como o famoso Produto Mínimo Viável (MVP). Ele permite dar feedbacks e desenvolver melhorias antes de lançar o produto definitivo, inclusive corrigindo erros que poderiam ser comprometedores ao lançar apressadamente um produto.
Dica: parcerias, automação e licenças
Falando especificamente do mundo das soluções financeiras, é super oportuno apostar em um trio de elementos que te dará um time-to-market rápido e cheio de qualidade:
- Parceiros de infraestrutura tecnológica que ofereçam soluções bem estruturadas de banking as a service e embedded finance, inclusive priorizando mecanismos de segurança;
- Contar com o apoio de equipes de Produto e de Integração que sejam especializadas em APIs, automatizando processos de integrações que antes eram muito demorados;
- Terceirização de licenças para produtos regulados, como os diferentes tipos de cartões.
A fórmula é direta: com foco, inovação e estratégia, você chega mais rápido e mais longe!