Banking as a service: entenda o que é e quais as vantagens desta revolução financeira
É praticamente uma revolução que cabe dentro de duas siglas: BaaS e FaaS. Estas letrinhas significam respectivamente banking as a service (ou “banco como serviço”) e fintech as a service (“fintech como serviço”), que juntas compõem uma modalidade de serviços bancários ao alcance de praticamente qualquer tipo de negócio. Este modelo de negócios chegou com tudo graças às fintechs e é cada vez mais buscada por empresas que querem oferecer seus próprios produtos financeiros.
Vamos ver neste artigo o que é BaaS e o que é FaaS, como funcionam estes modelos de negócio que permitem a empresas “se tornarem um banco” por conta própria, suas vantagens práticas e como este mercado pode te trazer boas oportunidades de diversificar e lucrar.
Banking as a service (BaaS): o que é isso?
O banking as a service (BaaS) pode ser considerado uma tecnologia, uma solução de mercado ou um modelo de negócios. O que importa é a sua finalidade: permitir que qualquer empresa, não importa onde ela atue, ofereça produtos financeiros como se fosse um banco ou uma instituição financeira através da integração com tecnologias oferecidas por outras empresas.
Este nome vem justamente da ideia de oferecer serviços “de banco” como uma atividade própria. Graças a novas soluções tecnológicas (e regulamentações), negócios que não atuam no setor podem disponibilizar produtos e serviços que antes só eram possíveis através dos bancos e instituições financeiras – como cartões de crédito e débito, além de contas digitais com transferências e seus próprios meios de pagamentos. Isso já vem acontecendo há alguns anos através de tecnologias in-house e, com o BaaS, ficou muito mais fácil.
O banking as a service se popularizou na esteira do crescimento das fintechs e das soluções de embedded finance. Se na segunda metade da década de 2010 a indústria financeira viu o mercado se abrir para desenvolver produtos financeiros totalmente digitais, muita gente no setor questionou a possibilidade de isso se tornar ainda mais amplo e abraçar outros segmentos e indústrias. Com o desenvolvimento de mais e mais soluções tecnológicas, essa disrupção virou realidade em questão de poucos anos.
BaaS é a mesma coisa que open banking?
Dentre as muitas perguntas quando se fala de BaaS, o que é mais comum é perguntar se tem a ver com o movimento de open banking que chegou recentemente no Brasil e também tem revolucionado a maneira como serviços financeiros são oferecidos às pessoas. A resposta para essa pergunta, no entanto, é não – eles não são a mesma coisa.
O open banking, que também é conhecido como open finance, é um processo que compartilha de forma segura e descentralizada as informações de clientes do setor financeiro com as demais instituições financeiras reguladas, a partir do consenso do cliente. Com ele, cada pessoa pode, por exemplo, fazer portabilidade e contratação de serviços com mais facilidade.
Ao compartilhar seus hábitos financeiros e uso de produtos como cartão, empréstimos e contas digitais, demais instituições conhecem melhor o seu perfil e podem oferecer seus serviços, se antes não os ofereciam.
Vale dizer que, apesar de serem conceitos diferentes, o open banking (que no Brasil é regulado pelo Banco Central) é uma solução que também pode ser ser oferecida como parte do banking as a service.
Fintech as a service: o que é isso?
Também se costuma falar do fintech as a service, e ainda finance as a service (ambas com a sigla FaaS). Na prática, há quem chame de FaaS as empresas de tecnologia que disponibilizam soluções financeiras como as de BaaS para negócios de diferentes segmentos. Enquanto isso, outros usam FaaS como sinônimo de BaaS. No Brasil, a expressão banking as a service é a que costuma ser usada no mercado.
Ok, e como funcionam o BaaS e o Faas?
Enquanto solução tecnológica, o banking as a service se destaca pela facilidade e praticidade com a qual pode ser implementado. Tudo graças às famosas APIs (que a gente já falou sobre!) de empresas parceiras, que funcionam como um atalho para conectar diferentes programas e aplicações. Com elas, é possível integrar soluções financeiras dentro do portfólio de serviços com facilidade e rapidez, muitas vezes concluindo o processo em questão de semanas.
Funciona assim, por exemplo: você tem um comércio e quer fidelizar seus clientes oferecendo um benefício – como um serviço de cashback ou um cartão de crédito com vantagens. Estas soluções podem ser desenvolvidas pela integração via APIs feita por um desenvolvedor parceiro. Por exemplo, uma empresa de FaaS que te dê a infraestrutura tecnológica necessária das contas nas quais seu cashback vai “pingar”, ou então que fabrique cartões junto às bandeiras do mercado.
Em resumo, estas soluções via APIs permitem que você planeje os benefícios e o modelo de negócios do qual ele vai fazer parte, enquanto a fintech parceira cuida de todo o lado prático de desenvolvimento e regulamentação. Na prática, com o BaaS você elimina bancos intermediários e passa a oferecer soluções personalizadas a la carte, que ainda te dão o controle de entender em detalhes como seus produtos financeiros são usados pelos clientes.
Exemplos práticos de uso do BaaS
O banking as a service já é realidade mundo afora, e grandes empresas já aderiram a ele. No Brasil, por exemplo, alguns casos de adoção dele para escalar os negócios já são bem conhecidos:
- São inúmeros os casos de empresas de varejo que oferecem seus próprios cartões de crédito e débito white label, com benefícios para quem consumir com eles e oferecendo descontos em suas próprias lojas e sites;
- Carteiras digitais de aplicativos de transportes e lojas de eletrodomésticos estão entre as mais populares do país;
- O maior app de entrega de comida e mercados do país oferece carteira digital e cartões de benefícios para parceiros e colaboradores, além de ter uma solução de pagamentos própria;
- Gigantes do e-commerce oferecem produtos financeiros através de contas digitais, com cashback e ambientes próprios de pagamentos e transferências.
E o BaaS tem vários outros usos, podendo ser aplicado em diferentes ambientes – por exemplo, como suporte a soluções crypto. Recentemente, nós nos aliamos a Agrotoken para que produtores possam usar suas agrocommodities já tokenizadas para pagar com um cartão físico ou digital.
E o mercado de banking as a service no Brasil?
Na América Latina, é difícil haver mercado mais propício para o banking as a service que o Brasil. Líder em criação de startups e novas soluções financeiras, o país tem hoje 1.289 fintechs em operação, altos índices de confiança no uso de carteiras digitais, viu o Pix se tornar um fenômeno e já alcança alguns dos maiores números de pessoas bancarizadas no continente. Mostramos esses e outros dados abaixo:
Das soluções de fintechs mais oferecidas no país, crédito (17,5%) e meios de pagamentos (14,4%) são as que mais se destacam. Ou seja: o mercado tem mostrado espaço para competir e apetite para desenvolver soluções próprias e digitalizadas nestas áreas.
Vantagens de aderir ao banking as a service
São muitas as vantagens que as soluções de banking as a service trazem para empresas não financeiras incrementarem seu portfólio de serviços. Dá para resumir estas vantagens em alguns pontos:
- Com o BaaS, você consegue maior eficiência operacional e reduz custos com serviços financeiros existentes nos meios de pagamentos tradicionais, como avaliaram especialistas do Insper em um artigo recente;
- Ter as próprias soluções financeiras personalizadas permite reduzir intermediários e aumentar os pontos de contato e relacionamento com os clientes, dando maior foco em atração, experiência de usuário, retenção e fidelização;
- Sua empresa pode expandir o portfólio e ter vários serviços como um banco ou instituição financeira, sem nunca precisar ser de fato um banco, passar por mil burocracias e nem ter que sair do seu core business;
- Explorar benefícios como cashbacks e programas de fidelidade ajuda a reter seus clientes, monitorar o comportamento de mercado deles, personalizar ainda mais suas soluções e ficar mais competitivo no mercado frente aos concorrentes;
- Com cartões, contas digitais, soluções de pagamentos e até mesmo crédito e serviços que cobrem juros, você pode gerar novas fontes de faturamento para seu negócio.
Planejamento é essencial para adotar seu próprio BaaS
Apostar em implementar soluções de banking as a service é um caminho natural para quem quer aproveitar as vantagens que a gente mostrou acima. Mas é importante ter em mente algumas considerações:
- É oportuno pensar em quais soluções vão de fato agregar para seus usuários. Cartões e contas podem muitas vezes ser o básico que eles precisam, mas, dependendo das necessidades e dos hábitos, dá para ir além e pensar em soluções mais inovadoras e que outros players ainda não ofereçam. Vale sempre pensar na base que você já tem e quais soluções planejadas serão adequadas para os clientes – e, consequentemente, para sua empresa;
- Planejar parcerias estratégicas para ganhar tempo com uma integração rápida e eficaz via APIs é sempre uma boa prática que poupa tempo e dinheiro e traz maiores retornos;
- A nível de finance as a service, busque soluções que te deem menos dor de cabeça ao já oferecerem infraestrutura tecnológica e logística, além de procedimentos claros de regulamentação, conciliação e segurança antifraudes.
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