É praticamente uma revolução financeira que cabe dentro de duas siglas: BaaS e FaaS. Estas letrinhas significam respectivamente banking as a service (ou “banco como serviço”) e fintech as a service (“fintech como serviço”), que juntas compõem uma modalidade de serviços bancários ao alcance de praticamente qualquer tipo de negócio. 

Este modelo de negócios chegou com tudo graças às fintechs e é cada vez mais buscada por empresas que querem oferecer seus próprios produtos financeiros.

Vamos ver neste artigo o que é BaaS e o que é FaaS, como funcionam estes modelos de negócio que permitem a empresas “se tornarem um banco” por conta própria, suas vantagens práticas e features, e como este mercado pode te trazer boas oportunidades de diversificar e lucrar.

O que é banking as a service (BaaS) e fintech as a service (FaaS)?

Também se costuma falar do fintech as a service, e ainda finance as a service (ambas com a sigla FaaS). Na prática, há quem chame de FaaS as empresas de tecnologia que disponibilizam soluções financeiras como as de BaaS para negócios de diferentes segmentos. Enquanto isso, outros usam FaaS como sinônimo de BaaS. No Brasil, a expressão “banking as a service” é a que costuma ser usada no mercado.

Ok, e como funcionam o BaaS e o Faas?

Enquanto solução tecnológica, o banking as a service se destaca pela facilidade e praticidade com a qual pode ser implementado. Tudo graças às famosas APIs (que a gente já falou sobre!) de empresas parceiras, que funcionam como um atalho para conectar diferentes programas e aplicações. Com elas, é possível integrar soluções financeiras dentro do portfólio de serviços com facilidade e rapidez, muitas vezes concluindo o processo em questão de semanas.

Funciona assim, por exemplo: você tem um comércio e quer fidelizar seus clientes oferecendo um benefício – como um serviço de cashback ou um cartão de crédito com vantagens. Estas soluções podem ser desenvolvidas pela integração via APIs feita por um desenvolvedor parceiro. Por exemplo, uma empresa de FaaS que te dê a infraestrutura tecnológica necessária das contas nas quais seu cashback vai “pingar”, ou então que fabrique cartões junto às bandeiras do mercado. 

Em resumo, estas soluções via APIs permitem que você planeje os benefícios e o modelo de negócios do qual ele vai fazer parte, enquanto a fintech parceira cuida de todo o lado prático de desenvolvimento e regulamentação. Na prática, com o BaaS você elimina bancos intermediários e passa a oferecer soluções personalizadas a la carte, que ainda te dão o controle de entender em detalhes como seus produtos financeiros são usados pelos clientes.

Exemplos práticos de uso do BaaS

O banking as a service já é realidade mundo afora, e grandes empresas já aderiram a esta revolução financeira. No Brasil, por exemplo, alguns casos de adoção dele para escalar os negócios já são bem conhecidos:

  • São inúmeros os casos de empresas de varejo que oferecem seus próprios cartões de crédito e débito white label, com benefícios para quem consumir com eles e oferecendo descontos em suas próprias lojas e sites;
  • Carteiras digitais de aplicativos de transportes e lojas de eletrodomésticos estão entre as mais populares do país;
  • O maior app de entrega de comida e mercados do país oferece carteira digital e cartões de benefícios para parceiros e colaboradores, além de ter uma solução de pagamentos própria;
  • Gigantes do e-commerce oferecem produtos financeiros através de contas digitais, com cashback e ambientes próprios de pagamentos e transferências.

E o BaaS tem vários outros usos, podendo ser aplicado em diferentes ambientes – por exemplo, como suporte a soluções crypto. Recentemente, nós nos aliamos a Agrotoken para que produtores possam usar suas agrocommodities já tokenizadas para pagar com um cartão físico ou digital.

E o mercado de banking as a service no Brasil?

Na América Latina, é difícil haver mercado mais propício para o banking as a service que o Brasil. Líder em criação de startups e novas soluções financeiras, o país tem hoje 1.289 fintechs em operação, altos índices de confiança no uso de carteiras digitais, viu o Pix se tornar um fenômeno e já alcança alguns dos maiores números de pessoas bancarizadas no continente. Mostramos esses e outros dados abaixo: 

Das soluções de fintechs mais oferecidas no país, crédito (17,5%) e meios de pagamentos (14,4%) são as que mais se destacam. Ou seja: o mercado tem mostrado espaço para competir e apetite para desenvolver soluções próprias e digitalizadas nestas áreas.

Vantagens de aderir ao banking as a service

São muitas as vantagens que as soluções de BaaS trazem para empresas não financeiras incrementarem seu portfólio de serviços. Dá para resumir estas vantagens em alguns pontos:

  • Com o BaaS, você consegue maior eficiência operacional e reduz custos com serviços financeiros existentes nos meios de pagamentos tradicionais, como avaliaram especialistas do Insper em um artigo recente;
  • Ter as próprias soluções financeiras personalizadas permite reduzir intermediários e aumentar os pontos de contato e relacionamento com os clientes, dando maior foco em atração, experiência de usuário, retenção e fidelização;
  • Sua empresa pode expandir o portfólio e ter vários serviços como um banco ou instituição financeira, sem nunca precisar ser de fato um banco, passar por mil burocracias e nem ter que sair do seu core business;
  • Explorar benefícios como cashbacks e programas de fidelidade ajuda a reter seus clientes, monitorar o comportamento de mercado deles, personalizar ainda mais suas soluções e ficar mais competitivo no mercado frente aos concorrentes;
  • Com cartões, contas digitais, soluções de pagamentos e até mesmo crédito e serviços que cobrem juros, você pode gerar novas fontes de faturamento para seu negócio graças ao BaaS.

Planejamento é essencial para adotar seu próprio BaaS

Apostar em implementar soluções de BaaS é um caminho natural para quem quer aproveitar as vantagens que a gente mostrou acima. Mas é importante ter em mente algumas considerações:

  • É oportuno pensar em quais soluções vão de fato agregar para seus usuários. Cartões e contas podem muitas vezes ser o básico que eles precisam, mas, dependendo das necessidades e dos hábitos, dá para ir além e pensar em soluções mais inovadoras e que outros players ainda não ofereçam. Vale sempre pensar na base que você já tem e quais soluções planejadas serão adequadas para os clientes – e, consequentemente, para sua empresa;
  • Planejar parcerias estratégicas para ganhar tempo com uma integração rápida e eficaz via APIs é sempre uma boa prática que poupa tempo e dinheiro e traz maiores retornos;
  • A nível de finance as a service, busque soluções que te deem menos dor de cabeça ao já oferecerem infraestrutura tecnológica e logística, além de procedimentos claros de regulamentação, conciliação e segurança antifraudes em complemento ao serviço de BaaS.

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Autor

  • Breno Salvador

    Jornalista e mestre em Relações Internacionais, foi repórter, redator, produtor e pesquisador antes de se juntar ao nosso time de Marketing. Curioso e brincalhão, diz que é uma esponja: aonde vai, gosta de absorver de tudo, aprendendo e vivenciando o que cada lugar tem de único. Adora música, livros, cozinhar, futebol e tênis.

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