O que os anos de pandemia ensinaram ao mercado fintech latino-americano? E o que esperar das tendências que moldam este cenário? Um novo relatório da Latitud, um dos principais fundos do continente especializados no ecossistema de startups, indica alguns pontos fundamentais para entender aonde vai a indústria – a digitalização rápida do setor financeiro desde a pandemia, novos players apostando em inovação tecnológica e a popularização de soluções oferecidas por empresas B2B.
Na primeira edição do relatório LatAm Tech Report, a Latitud apresentou números-chave da indústria do ano de 2021. O fundo contou ainda com a expertise de especialistas da área para entender em que pé está o cenário e apontar expectativas para o futuro próximo do mundo fintech no continente.
O cenário macro das fintechs no continente
Segundo a Latitud, o mercado de fintechs na América Latina pode ser resumido assim: já tendo passado por um boom, mas conquistando ainda mais força e contribuindo para a digitalização do setor como um todo. O relatório destaca que 2021 marcou a consolidação do “crescimento exponencial” das fintechs latino-americanas ao longo da última década, na qual mais de mil players do setor surgiram na região.
Para entender: no ano passado, o financiamento no ecossistema fintech bateu recordes no mundo todo. E na América Latina o crescimento do volume investido nas fintechs B2C foi de quase 500%, refletindo a rápida evolução das soluções financeiras que atendem a diversas necessidades do consumidor final.
Já do lado das fintechs B2B, o potencial de mercado de três países da região chamou a atenção: somente no Brasil, México e Colômbia, o financiamento das B2Bs respondeu por 73% de todo o volume de investimentos feitos no setor inteiro no período. Segundo a Latitud, estas fintechs se destacaram como um todo ao “sair por cima” do cenário de crise sanitária e econômica que se iniciou em 2020.
Onde – e no quê – atuam as fintechs do continente
(Fonte: Latitud)
As dez tendências que marcam o cenário das fintechs latino-americanas
Como já explicamos, um dos destaques do relatório produzido pela Latitud é exatamente o mapa de quais são as tendências do ecossistema – e, abaixo, nos aprofundamos em cada uma delas.
- Dinheiro em espécie: Apesar da rápida digitalização da economia no continente, o dinheiro em espécie ainda predomina, sendo um desafio para a evolução das fintechs;
- Dívidas: Na América Latina, as taxas de juros tradicionalmente altas têm convivido com o aumento da inflação e da dívida das famílias. No Brasil, por exemplo, 52% dos lares estão endividados;
- Mobile first: Desde a pandemia de covid-19, a América Latina tem se digitalizado muito rápido, com os smartphones virando ponte para os serviços financeiros. Aliás, os celulares já respondem por 59% das compras feitas no e-commerce;
- Digitalização dos bancos: A migração cada vez maior de usuários para bancos digitais pressiona o domínio dos bancos incumbentes e vem dando mais espaço para novos players;
- Embedded finance: A ascensão do embedded finance, que oferece soluções financeiras integradas, abre caminho para que qualquer empresa possa lucrar oferecendo produtos financeiros;
- Pagamentos digitais: A rápida digitalização dos pagamentos estimula o e-commerce e novas soluções como carteiras digitais, o Pix e modalidades como o Buy Now Pay Later;
- Poupança é passado? A experiência maior dos consumidores, o entendimento cada vez maior do público sobre o mundo financeiro e as taxas de juros mais baixas (em alguns países) impulsionam a migração da poupança para investimentos diversificados e de maior rendimento;
- Da moeda fraca ao crypto: O enfraquecimento das moedas latino-americanas tem dado ainda mais força à adoção das criptomoedas no continente – em especial na Argentina, onde 21% da população usam crypto;
- Nova onda de inovação: A partir de infraestruturas já desenvolvidas pela onda anterior de inovação fintech, novos players têm facilitado fintechs a adotarem seus próprios produtos financeiros, acelerando o time to market delas; a Pomelo, inclusive, é uma das nomeadas aqui;
- Consolidação: Fusões e aquisições têm batido recordes históricos no mundo e também no continente, consolidando o mercado das fintechs voltadas ao consumo.
Novidades tecnológicas e disrupção têm estimulado a evolução das fintechs
Alguns fatos se destacam para entender aonde caminha a indústria fintech do continente. De acordo com a Latitud, o segmento B2C encara desafios relevantes, como um ambiente regulatório atrasado, a desconfiança do público com temas de segurança de dados e a inflação elevada. Por outro lado, o setor deve seguir se desenvolvendo e diversificando graças a soluções inovadoras que estimulam novidades disruptivas em prol do consumidor, como:
- Novos gateways de pagamentos;
- Modelos alternativos de score de crédito;
- Automação de processos;
- A ascensão de novidades tecnológicas como autonomous finance (o processo data-driven de automação da gestão financeira), biometria e comandos de voz.
Enquanto isso, o mercado B2B, cada vez mais digital first, é apontado como o que mais tem trazido mudanças profundas ao ecossistema. Especialmente graças a players que atuam em três áreas que descomplicam a adoção de soluções super modernas:
- Open banking, facilitando a migração de dados de usuários e estimulando a competitividade no setor;
- APIs, simplificando e acelerando os processos tecnológicos necessários para oferecer produtos e serviços financeiros;
- Banking as a service (BaaS) e embedded finance, que permitem a cada vez mais empresas entrar no ramo de pagamentos, empréstimos, contas e cartões – diversificando sua atuação e suas fontes de receita.
Pomelo se destaca como player com soluções inovadoras e facilitadoras
E uma novidade super especial é que fomos apontados no LatAm Tech Report como uma fintech que faz a diferença no setor graças a soluções voltadas à embedded finance, infraestrutura tecnológica, APIs e banking as a service. Isto porque atuamos com foco em “facilitar pagamentos, emitir produtos financeiros e oferecer embedded finance, permitindo um time to market mais rápido para fintechs emergentes”.
Também fomos apontados como uma plataforma especializada em APIs que está “construindo a infraestrutura que permitirá que as futuras fintechs ofereçam produtos e serviços projetados para os desbancarizados”. De quebra, nosso trabalho de compliance com regulações financeiras regionais desponta como um sucesso. Segundo a Latitud, a Pomelo se destaca ao adotar soluções a nível regional para nossos clientes – oferecendo a eles licenças e liderando processos de compliance necessários para que escalem seus serviços financeiros com tranquilidade.
Vida longa a este cenário cheio de oportunidades e de inovação!