Não é novidade que as criptomoedas são um marco que mudou muito do que se conhecia sobre dinheiro, tecnologia e muito mais! Mas além dos benefícios que elas proporcionam às pessoas – no sentido de preservar o valor do dinheiro ou de trocá-lo, entre outros –, os produtos financeiros associados às criptomoedas constituem um negócio muito interessante a ser explorado. 

Segundo um estudo realizado pela Finnovista, 50% das fintechs da América Latina utilizam tecnologia blockchain em seus processos de pagamento, enquanto as instituições financeiras utilizam apenas 15%. Interessante, né?

Vamos te mostrar neste artigo os fatores mais importantes desse boom crypto na América Latina, o que explica a popularidade da blockchain entre as fintechs e como é possível gerar lucro conectando serviços financeiros ao mundo crypto.

Para começar: qual é a diferença entre as criptomoedas e as moedas fiduciárias?

Embora pareça simples, a diferença entre elas é significativa. As criptomoedas têm sua origem dentro da blockchain, a tecnologia que garante a criação de plataformas ou a troca de ativos sem entidades que regulam os movimentos dos usuários. É por isso que as criptomoedas são associadas à revolução mundial das finanças e das instituições bancárias.

Por sua vez, as moedas fiduciárias fazem parte de Estados/nações e são reguladas pelos bancos centrais e pelo governo de cada um deles. Estas moedas podem estar sujeitas a regulamentações que fazem com que seu valor sofra variação e as pessoas devem levar em conta as taxas de câmbio para trocá-las. Além disso, seu uso geralmente está sujeito à cobrança de impostos e tributos.

Estes fatores associados às moedas fiduciárias não fazem parte do ecossistema crypto, que reúne ativos digitais que não estão vinculados a nenhuma nação – sendo um sistema descentralizado e autônomo. Por exemplo: o valor de um Bitcoin é o mesmo em qualquer país, uma vez que reside na nuvem.

No entanto, é essencial entender que atualmente – e por pelo menos algum tempo ainda – ambas as formas de moedas coexistirão e se complementarão em termos de seu uso prático na vida cotidiana. (Ou, por acaso, todos os supermercados aceitam criptomoedas?)

Em muitos casos, a conexão das criptomoedas com o uso no mundo real ainda depende de sua troca por moedas fiduciárias através de contas digitais e cartões para a realização de transações. Em outros, o uso de criptomoedas para a realização de transações independe das moedas fiduciárias – como no caso da Agrotoken, que tokeniza recursos de produção agrícola.

O boom nas criptomoedas na América Latina é impulsionado por alguns motivos:

  • A falta de confiança nos governos;
  • a baixa inclusão financeira;
  • as altas taxas de inflação;
  • as instabilidades;
  • a alta dependência das transferências internacionais para proteger o dinheiro em outros países ou fazer investimentos em outras moedas – este caso é muito estudado na Argentina, devido à restrição à aquisição de moeda estrangeira, no caso o dólar americano.

Também é importante ter em mente que esse crescimento sem limite do mundo crypto sem dúvida trará consigo o surgimento de regulamentos ou leis. A princípio, com o objetivo de mitigar a lavagem de dinheiro e reforçar a segurança dos usuários – processo que já ocorreu no Brasil e que foi muito elogiado pelo mercado.  

Outros exemplos incluem o do Grupo de Ação Financeira (GAFI), que já ofereceu um marco de regulação mundial para todos os provedores de serviços de ativos virtuais. A Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (OICV-IOSCO) também emitiu diretrizes regulatórias sobre as criptobolsas. No que tange a outras regulamentações dos países, a China proibiu o Bitcoin e El Salvador o adotou como moeda corrente.

A América Latina e as criptomoedas em números

  • A América Latina realizou transações de mais de USD 562 bilhões em criptomoedas entre julho de 2021 e junho de 2022. Esse dado representa um aumento de 40% com relação ao período anterior, segundo um relatório publicado pela Chainalysis;
  • De acordo com um estudo do Datareportal, a Argentina é o sexto país que mais adota criptomoedas no mundo;
  • O Brasil é o país da América Latina com mais pessoas que procuraram comprar criptomoedas em 2022 segundo um relatório da Sherlock Communications. A expectativa é que 25% da população do país eventualmente ingresse no mundo das criptomoedas, o que equivale a 36 milhões de brasileiros.

 

Agora, como se gera lucro conectando serviços financeiros ao mundo crypto? 

O paralelo que se pode fazer para entender rapidamente esta conexão crypto-fiduciário é com o de uma ponte. Geralmente, toda carteira de criptomoedas tem uma conexão com uma carteira de moedas fiduciárias, por meio da qual as pessoas depositam dinheiro para comprar criptomoedas ou fazer saques em moedas fiduciárias para realizar transações. Esta conta digital e os cartões usados como ferramenta para realizar transações são as principais fontes para se ter um negócio financeiro conectado ao mundo crypto.

Um ótimo exemplo de empresas que se aventuram no mundo crypto é o caso da Buenbit. A plataforma oferece uma solução financeira com contas digitais que funcionam com base em criptomoedas. Seus usuários podem trocar seus pesos argentinos por nuARS, a criptomoeda estável que mantém paridade com o peso, e ganhar juros de crédito diários de 70% ao ano. Outra característica que a torna extremamente interessante é que ela permite usar o saldo em criptomoedas diretamente para todo tipo de compra por meio de seus cartões.  

Vejamos algumas das fontes de renda mais importantes que se pode ter:

  • Taxas: Dependendo do modelo de negócio ou do número de funcionalidades oferecidas, poderão ser cobradas comissões, renovações ou juros. Uma comissão comum para as carteiras de criptomoedas é decidir por quanto as criptomoedas serão vendidas. Isto é, adicionar uma porcentagem – mínima – à taxa de câmbio de cada criptomoeda. Por exemplo, se a USDT (Tether) vale em média US$ 310 no mercado, é possível oferecê-la por US$ 310,20 e ter essa porcentagem como lucro.
  • Rendimentos: Ao ter saldos depositados em cada conta, você poderá gerar rendimentos de staking, garantindo sempre a disponibilidade quando seus usuários necessitarem. 
  • Cashback: Este fator é fundamental para o engajamento dos usuários. É um investimento de longo prazo para sua empresa, em que você deverá desembolsar um valor como restituição aos seus usuários (geralmente pré-estabelecido e com um limite) para fortalecer o relacionamento com eles – para que escolham sua solução, transacionem com você e te recomendem. É aqui que ganha destaque o uso de cartões, que também geram um pequeno lucro para o seu negócio por cada transação: a tarifa de intercâmbio.
  • Descontos e vantagens: A oferta de descontos e vantagens por meio da sua plataforma visa aumentar o volume de transações realizadas pelos usuários. Dessa forma, você poderá obter mais taxas e mais ativos depositados nas contas dos seus usuários. Também dá para gerar publicidade cruzada caso se estabeleçam parcerias com outras marcas ou patrocinadores que ofereçam vantagens por meio da sua plataforma.

Então, por onde começar a criar seu negócio crypto?

Depois que você tiver a ideia de negócio perfeitamente pensada para atender às necessidades de seus usuários e do mercado, é hora de buscar uma infraestrutura tecnológica que possua uma boa tecnologia de software para concretizá-la. 

É importante levar em conta que os usuários esperam a melhor experiência ao usar uma conta digital, portanto a solução deve ser extremamente eficiente, simples e rápida. Outro ponto muito importante é conhecer o seu mercado e projetar o quão rápido ele irá crescer e se deseja lançá-lo em vários países da região! 

Se você já possui uma carteira conectada a criptomoedas, é possível adicionar facilmente outros serviços financeiros ao seu negócio, como cartões. Eles são a principal ferramenta a dar aos seus usuários o poder de fazer compras. Ao conectá-las à carteira virtual de seus usuários, eles já têm em mãos um serviço financeiro completo que permite comprar e vender criptomoedas, depositar ou sacar moedas fiduciárias e fazer compras. Esta combinação é vantajosa para os usuários – e principalmente para os lucros que geram para o seu negócio.

Então agora você já sabe: as possibilidades de se criar produtos conectados ao mundo crypto são enormes. Pense na sua ideia, encontre o parceiro tecnológico certo e vamos gerar receitas!

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  • Noelia Di Pietro

    Jornalista e especialista em Comunicação nascida em Buenos Aires. Chegou ao time de Marketing da Pomelo após escrever para meios de comunicação, agências e empresas do mundo da tecnologia da informação, experiências nas quais aprendeu a decifrar todo tipo de informação mais tech sobre software e blockchain. É cinéfila e ama música e conhecer nuevos lugares. E, acima de tudo, é uma cat lover.

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