É praticamente impossível imaginar a vida moderna sem cartões, sejam eles os clássicos de crédito e débito que você passa na maquininha, as opções pré-pagas e de benefícios ou ainda os cartões virtuais que você pode usar direto no seu computador ou celular. A modalidade de pagamentos se renova a todo momento com novos tipos de cartão, tecnologias e modelos de negócios.
Por conta dessas várias opções que existem hoje, é comum se perguntar quais são as diferenças entre eles – e é isso que vamos mostrar nesse artigo! É só continuar lendo para entender quais são os principais tipos de cartão oferecidos por bancos e instituições financeiras, passando por como funciona cada um e o que muda de um para outro.
O peso dos cartões no mercado
Mesmo com o avanço de pagamentos digitais como o Pix, os cartões seguem firmes e fortes como uma modalidade crucial nos mercados brasileiro e internacional. Só por aqui, no ano passado os cartões responderam por mais da metade das despesas de consumo das famílias. Aliás, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (ABECS), o setor de cartões encerrou 2021 com um crescimento de 33,1% frente a 2020 no volume de compras feitas com eles.
Para ver como os cartões seguem ditando o ritmo do consumo no Brasil, basta ver como ele continua como um dos métodos de pagamento mais habituais. Segundo uma pesquisa de 2021 da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em parceria com o Sebrae, as modalidades de pagamento mais usadas pelos brasileiros são: dinheiro (71%), Pix (70%), cartão de débito (66%) e cartão de crédito (57%).
Os tipos de cartão oferecidos no mercado
Seja através de bancos, fintechs e demais empresas habilitadas como instituições financeiras, são oferecidos três principais tipos de cartão:
- Crédito;
- Débito;
- Pré-pagos (incluindo cartões de benefícios).
Virtuais, físicos, corporativos, de benefícios… como se divide isso tudo?
Embora as três principais modalidades (crédito, débito e pré-pago) sejam a base do mercado de cartões, cada modelo de negócios pode oferecer diferentes possibilidades interessantes para quem quer oferecer os próprios cartões para seus clientes.
É possível separar de inúmeras formas os cartões usados como meios de pagamentos, como por exemplo de acordo com suas especificações:
Pelo ambiente de uso:
- Cartões físicos: Os famosos cartões que você usa para as compras em estabelecimentos físicos, mas que também pode ser usado em compras online;
- Cartões virtuais: Usados apenas no ambiente digital. Ou seja, servem para compras online. Algumas instituições que o oferecem permitem, inclusive, que o cliente final exclua e crie um novo cartão virtual quando quiser por questões de segurança.
Por abrangência:
- Nacionais: São aqueles cartões com uso mais limitado – com abrangência apenas em território nacional;
- Internacionais: Podem ser usados fora do território nacional e costumam oferecer maior limite, no caso do cartão de crédito, e vantagens para consumidores frequentes;
Por tipo de cliente:
- Cartão pessoa física: São aqueles emitidos por um banco, fintech ou empresa de pagamentos, financiando as despesas de qualquer pessoa;
- Cartão corporativo: É aquele ligado às contas bancárias de uma empresa, entidade ou órgão no serviço público que colaboradores usam para fins de trabalho;
- De benefícios: Bancos e financeiras também emitem cartões como vale-alimentação, refeição e outros de benefícios, que são habitualmente pré-pagos e com bandeira (como Visa ou Mastercard).
Já no caso de emissores que não são originalmente bancos, a popularização do banking as a service tem tornado cada vez mais comum a figura do white label – ou seja, o cartão com bandeira, personalizado e usado principalmente por fintechs e empresas que oferecem produtos financeiros e contas digitais para clientes e parceiros.
Qual a diferença entre débito e crédito?
“Crédito ou débito?” Os tipos de cartão mais conhecidos do mercado têm em comum:
- O fato de usarem a infraestrutura e os serviços das bandeiras para que sejam aceitos em tudo quanto é lugar;
- A possibilidade de serem nacionais ou internacionais; virtuais ou físicos; e ainda servirem para diferentes usos, como de pessoa física ou corporativos.
Fora isso, o que sobram são diferenças claras no modelo de negócios de cada um.
Como funciona o cartão de débito
O cartão de débito é a principal modalidade usada dentre os cartões no Brasil, e não é à toa. Ele funciona como um substituto do dinheiro em espécie, já que aquilo que você compra com este cartão é diretamente debitado da conta corrente à qual ele está associado. Pagou, foi debitado!
Com o cartão de débito, também é possível usar caixas eletrônicos para fazer saques, depósitos, transferências e pagamentos da conta titular, entre outras coisas. Em caso de falta de fundos, uma compra pode ser rejeitada ou levar o titular do cartão ao cheque especial do banco (se este estiver habilitado).
Como funciona o cartão de crédito
Parceiro de longa data do consumidor há décadas, o crédito movimentou R$ 1,6 trilhão em transações em 2021, seguindo firme e forte no gosto das famílias brasileiras. Isto se deve principalmente ao fato de que ele te permite comprar (ou sacar valores) hoje e só pagar depois do fechamento da fatura respectiva. Apesar da conveniência, em muitos casos ele é acompanhado do pagamento de anuidade pelos serviços, dependendo de quem é o seu emissor.
O cartão de crédito funciona como um empréstimo, tendo como base o limite de crédito pré-estabelecido – de acordo com detalhes como a confiabilidade do cliente enquanto pagador, além do bom relacionamento com o banco emissor. Com o crédito, existe incidência de juros em compras parceladas, no cheque especial e em eventuais atrasos no pagamento da fatura (o famoso rotativo). Por outro lado, consumidores que gastam mais no crédito costumam ter acesso privilegiado a programas de vantagens, como milhas, serviços VIP e descontos.
O que é cartão pré-pago?
Com funcionamento semelhante ao do débito, o cartão pré-pago é usado descontando na hora aquilo que você consumiu. No entanto, o grande diferencial dele é que ele tem um saldo pré-determinado – tipo quando se carrega o saldo pré-pago do celular ou do cartão de transporte.
Os cartões pré-pagos têm geralmente alguns usos mais comuns, em que o que você carrega de saldo é aquilo que dá para consumir:
- Cartões de viagem internacional, em que você carrega dólares, euros ou a moeda que for usar em determinado país;
- Cartões que funcionam como “mesada” dos pais para os filhos, com controle dos valores dados;
- Alternativa para cartões de débito/crédito sem precisar ter um banco por trás.
Os cartões de benefícios fornecidos por empresas também funcionam como pré-pago, ainda que ambos usem as redes habituais dos cartões de crédito, como Mastercard e Visa. No caso deles, eles também são muitas vezes habilitados para usar na função crédito, mesmo que o valor dele seja debitado como um cartão de débito. Isto também permite que eles possam ser usados em compras e serviços online.
Emitir os próprios cartões já é realidade para qualquer empresa
Nos últimos anos, a tecnologia vem evoluindo de forma muito rápida, e hoje em dia qualquer empresa pode oferecer seus próprios cartões. Tudo isso graças a soluções tecnológicas associadas ao modelo de embedded finance e do chamado banking as a service.
Ou seja, quem quer emitir cartões – sejam nacionais ou internacionais, físicos ou virtuais, pessoa física ou corporativo – pode simplesmente se juntar a um parceiro tecnológico para isto ou desenvolver in-house, com sua própria equipe. Entender qual das duas soluções é a melhor para seu modelo de negócios e estrutura é fundamental. Com tudo isso, dá para atuar como se fosse uma fintech, oferecendo de forma rápida seus próprios cartões, contas bancárias e outros serviços financeiros, como crédito e empréstimos.
Esta revolução no mercado traz um monte de possibilidades, e não somente a comodidade de eliminar intermediários (como os bancos que você antes precisava usar para pagar seus fornecedores, colaboradores ou clientes). Algumas das vantagens de ter os seus próprios serviços financeiros, por exemplo, é de garantir fontes de receita extras com as taxas cobradas, além de conseguir impulsionar o negócio com programas de vantagens, descontos e cashback, atraindo, retendo e fidelizando os usuários. Não perca a oportunidade!