A interoperabilidade é um caminho cada vez mais escolhido (e necessário) por vários setores da sociedade. Contar com um sistema digital, aberto, interoperável e mais seguro para usuários e empresas é importante não só para serviços financeiros e meios de pagamento, mas ainda para sistemas de saúde, farmacêuticos e de segurança, por exemplo.

E, quando a gente fala de interoperabilidade financeira, não tem como escapar de dois temas fundamentais: pagamentos e transferências – que se beneficiam muito de iniciativas interoperáveis como o Pix e o open finance, por exemplo. Neste artigo nós vamos contar todos os detalhes do assunto e nos aprofundar nos benefícios da interoperabilidade para as fintechs, para os meios de pagamento e o ecossistema financeiro em geral. Vem com a gente!

O que é a interoperabilidade nos serviços financeiros e nos meios de pagamento?

Se de modo geral a interoperabilidade significa a capacidade de um sistema de se comunicar com outro sistema de forma transparente, seu uso nos meios financeiros e de pagamento traz várias possibilidades. Por exemplo:

  • Enviar e receber dinheiro entre carteiras, bancos, instituições financeiras e fintechs – seja através de redes bancárias ou um meio comum como o Pix, que conecta todo o sistema bancário brasileiro;
  • Fazer pagamentos através de códigos QR genéricos, que podem ser lidos e processados em qualquer instituição financeira;
  • O uso do open banking / open finance, que permite o uso de dados abertos entre várias instituições, acelerando todo tipo de operação financeira – ainda mais com o desenvolvimento de ferramentas como o Iniciador de Pagamentos (ITP), que deve acelerar ainda mais compras e pagamentos usando o Pix;
  • A conexão via APIs de sistemas que sustentam e integram negócios de cartões, contas, pagamentos e afins.

Em outras palavras, a interoperabilidade significa permitir que diferentes provedores de serviços de pagamento trabalhem juntos e compartilhem informações de forma integrada. Este modelo é, sem dúvida, muito útil e promissor não apenas para o setor financeiro, mas para todo mundo que possa se beneficiar de mais informação, velocidade e compartilhamento de dados.

A implementação da interoperabilidade é particularmente importante no mundo fintech, já que ela:

  • Expande o uso de métodos de pagamento digitais;
  • E dá às instituições financeiras emergentes as ferramentas que elas precisam para poder interagir com sistemas e processos do setor financeiro. Por exemplo, as fintechs que oferecem soluções de pagamento devem ter a capacidade de se conectar aos sistemas bancários para transferir fundos com segurança e sem impedimentos.

E quais são seus benefícios para o setor financeiro?

A implementação de plataformas de interoperabilidade: 

  • Permite fazer compras ou vendas por meio de um único código QR, chave ou Copia e Cola do Pix, independentemente do banco ou fintech onde possui conta cadastrada – facilitando e melhorando a experiência do usuário;
  • Incentiva a concorrência e a inovação, permitindo que os consumidores escolham entre uma variedade de opções e provedores de serviços financeiros – e conecte-os com soluções de open finance como no Brasil, por exemplo;
  • Agiliza e facilita a movimentação de dinheiro no sistema financeiro, promovendo a inclusão e ampliando a base de usuários bancarizados;
  • Promove o crescimento de novos serviços ou empresas, gerando mais eficiência no mercado;
  • Permite às instituições financeiras criar soluções mais eficientes e rentáveis, utilizando tecnologias e processos existentes na indústria.

Então, por que a interoperabilidade é tão importante na América Latina?

A interoperabilidade financeira é especialmente importante no contexto latino-americano, pois ela ajuda a resolver alguns dos desafios enfrentados pela região em termos de inclusão e acesso a serviços financeiros. Segundo um estudo realizado pela Technopoly, somos a quinta região mundial em crescimento em inclusão financeira desde a pandemia. E ainda há um longo caminho a percorrer.

O Brasil pode estar até bem avançado em termos de bancarização com o Pix e outras soluções – mas em muitos países latino-americanos, grande parte da população ainda não tem acesso a serviços financeiros formais, como contas bancárias, cartões de crédito ou empréstimos. Isso se deve a vários fatores, como a falta de infraestrutura em áreas remotas, documentação escassa para abrir uma conta bancária (como holerites e comprovação de empregos formais) e a falta de confiança no sistema financeiro como um todo.

Felizmente, com as fintechs e serviços financeiros lançados por empresas de todos os tipos, por meio de ferramentas como as de embedded finance, hoje é fácil lançar uma unidade de negócios já resolvida e gerar fontes de receita extras. E, claro, a interoperabilidade é um fator chave que complementa esses novos serviços, ajuda na sua adoção e integração e simplifica a experiência do usuário.

Ao permitir que diferentes provedores se comuniquem e ofereçam serviços por meio de plataformas compartilhadas como a do Pix, a interoperabilidade pode ajudar a superar esses desafios na região. É o caso, por exemplo, das redes de caixas que permitem que clientes de uma fintech saquem dinheiro em um caixa eletrônico genérico, aumentando o acesso a serviços financeiros em áreas onde não há agências desta instituição. Com isso, diminuem os custos, melhora-se a qualidade dos serviços oferecidos à população e se promove a competitividade.

De empréstimos a investimentos e NFC: aonde mais esta lógica veio para ficar

Não apenas a interoperabilidade ajuda muito no mundo de transferências, contas e pagamentos, como ela também se vê em outras áreas com destaque:

  • Empréstimos e crédito, setor que se beneficia do open banking graças à possibilidade oferecida de acessar dados financeiros autorizados pelos clientes e avaliar sua capacidade de pagamento de uma forma mais precisa, oferecendo taxas de juros mais competitivas e personalizadas para cada cliente;
  • Investimentos: clientes podem investir em diferentes produtos financeiros de forma mais fácil e integrada. Hoje, clientes podem escolher as melhores opções em diferentes instituições financeiras, sem precisar abrir várias contas ou transferir seus recursos entre diferentes instituições.
  • Pagamentos por aproximação, que facilitam o uso de meios como cartões com a tecnologia NFC (Near Field Communication). Tudo operando de forma interoperável e segura entre bandeiras e os sistemas de carteiras digitais, com o smartphone à disposição. Bom, né?

Não resta dúvida: a interoperabilidade é mais uma realidade fundamental na inclusão financeira dentro da América Latina, melhorando a experiência de todos os usuários de serviços financeiros e das fintechs!

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Autor

  • Noelia Di Pietro

    Jornalista e especialista em Comunicação nascida em Buenos Aires. Chegou ao time de Marketing da Pomelo após escrever para meios de comunicação, agências e empresas do mundo da tecnologia da informação, experiências nas quais aprendeu a decifrar todo tipo de informação mais tech sobre software e blockchain. É cinéfila e ama música e conhecer nuevos lugares. E, acima de tudo, é uma cat lover.

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